Plano pós chuva ignora 69% das familia em área de risco
Plano pós chuva ignora 69% das familia em área de riscoO plano da Prefeitura do Rio de Janeiro de remoção de moradores de áreas de risco, anunciado após os temporais que provocaram mais de 60 mortes na cidade, deve atender somente cerca de 31% das 13 mil famílias que vivem em locais perigosos. O percentual equivale às cerca de 4.000 famílias que o prefeito Eduardo Paes (PMDB) declarou que serão tiradas de áreas de risco de oito comunidades.
Procurada pela reportagem do TP, a prefeitura do Rio informou que a construção de casas para as outras cerca de 9.000 - 69% das famílias em risco - deve acontecer até 2012, quando a administração municipal diz que entregará 50 mil unidades habitacionais.
A prefeitura, que usa como base mapeamento de áreas de risco feito em 2000, estima que as 13 mil famílias correspondam a cerca de 52 mil pessoas. E o número pode ser ainda maior. A Geo-Rio (Instituto de Geotécnica do Rio) está refazendo esse mapa e o total de regiões com chances de deslizamentos e alagamentos pode aumentar.
Pós-chuvas
As comunidades onde acontecerão as remoções ficam nos morros do Urubu; dos Prazeres e Fogueteiro, em Santa Tereza, no Centro; São João Batista, em Botafogo; Laboriaux, na Rocinha, na zona sul; Cantinho do Céu e Pantanal, no Rio Comprido, na zona norte, e parque Columbia, em Acari.
A remoção dessas famílias já começou, afirma a prefeitura, e até que as residências fiquem prontas essas pessoas devem receber o Aluguel Social, no valor de R$ 400 mensais.
As cerca de 2.500 unidades habitacionais que começarão a ser construídas pelo Estado, em parceria com a prefeitura, no terreno onde ficava o complexo penitenciário Frei Caneca, no Estácio, na região central, serão ocupadas por famílias que saíram do morro dos Prazeres e do Fogueteiro.
Somente no Prazeres, cerca de 30 pessoas morreram em deslizamentos provocados pela chuva na semana passada. Até as 17h30 desta quarta-feira (14), 251 mortes haviam sido contabilizadas pelo Corpo de Bombeiros no Estado.
Já os moradores retirados do morro do Urubu serão deslocados para as unidades do PAR (Programa de Arrendamento Residencial) que serão repassadas ao Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, onde as famílias pagam mensalidades de aproximadamente R$ 50. O programa terá 4.000 casas.
Só os deslocados do São João Batista serão indenizados pela prefeitura por decisão administrativa não explicada pela assessoria da Secretaria de Habitação. As famílias do Cantinho do Céu e do Pantanal receberão o dinheiro da aquisição assistida – a casa passa por uma avaliação da prefeitura que refaz o valor da residência e entrega o dinheiro à família.
A prefeitura afirma, por meio da Secretaria de Habitação que está agilizando a distribuição do Aluguel Social às famílias que estão sendo removidas, mas ainda não tem um levantamento de quantas já receberam a bolsa.
Verba federal
Paes esteve nesta quarta-feira em Brasília para entregar ao Ministério da Integração Nacional os documentos com o cronograma de obras emergenciais a serem realizadas na capital por causa dos estragos das chuvas da semana passada. O governo federal anunciou na quinta-feira passada (8) a liberação de R$ 200 milhões para o Estado – incluindo os R$ 90 milhões para o Rio.
Entretanto, para a liberação do dinheiro o mais rápido possível, os municípios - capital e outros 16 - devem entregar esses relatórios até 15 dias após a data de anúncio da verba. Caso isso não ocorra, o governo federal terá de abrir um convênio, o que atrasa a liberação do dinheiro.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
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